Conteúdo com propósito
- Rita Sampaio
- 12 de jul.
- 3 min de leitura
A gente vive num tempo em que se produz conteúdo como quem respira: rápido, automático, quase sem pensar. Mas será que vale a pena continuar assim?
Se tudo que você publica é só pra “alimentar o algoritmo”, a sua marca corre o risco de alimentar também a indiferença. Direção de conteúdo com propósito é o oposto do improviso. Todos os elementos que compõem seus conteúdos devem vir carregados de intenção, direção e sentido.
Intenção
“Por que estou criando isso agora?”
Significa ter clareza do impacto que você quer gerar para a sua marca e para quem consome o conteúdo. Apostar apenas no que a marca pode ganhar pode destruir a atenção do seu interlocutor. Ele quer consumir apenas o que lhe agrada e dá algum benefício a ele.
A sua intenção é fazer as pessoas rirem e relaxarem e com isso atrelar a sua marca um atributo de divertida? É ajudar empreendedoras a terem mais identidade através de uma moda pensada exclusivamente para elas e suas necessidades? É inspirar um estilo de vida mais leve, que tenha a ver com estilo de vida da marca?
Direção
É o que transforma ideia em trajetória. Criar com intenção sem ter direção é como saber o destino mas não ter mapa.
Direção de conteúdo exige: objetivo claro, narrativa estruturada e escolhas conscientes.
Objetivo claro: essa conteúdo quer vender, nutrir, educar ou inspirar?
Narrativa estruturada: como esse conteúdo conversa com os anteriores e prepara o terreno para os próximos?
Escolhas conscientes: de tom, quando postar, imagem, palavra, chamada para ação...
Aqui, o conteúdo deixa de ser apenas uma “peça solta” e passa a fazer parte de uma jornada. A jornada do cliente no funil de conteúdo.
Jornada do cliente no funil de conteúdo:
O funil organiza os níveis de consciência e decisão do cliente em três etapas principais:
Topo, meio e fundo de funil.
Topo de funil: O cliente ainda não sabe que tem um problema. Ou não sabe que você pode ajudar. Objetivo aqui: chamar atenção, gerar identificação, despertar curiosidade. Tipo de conteúdo: leve, inspirador, divertido, curioso, aspiracional.
Meio de funil: O cliente já entendeu que tem uma necessidade e quer saber mais. Objetivo: educar, aprofundar, mostrar autoridade e afinidade. Tipo de conteúdo: explicativo, analítico, narrativo, com valor prático.
Fundo de funil: O cliente está pronto pra decidir. Só falta confiança e clareza. Objetivo: mostrar o caminho, reduzir dúvidas, ativar desejo e confiança. Tipo de conteúdo: provas sociais, bastidores, ofertas, diferenciais.
Agora que você entendeu o funil, vamos para as duas formas de aplicá-lo:
Conteúdos diversos para cada etapa do funil: Você cria um calendário editorial com postagens que atuam em diferentes níveis de consciência.
Um único conteúdo que atravessa o funil: você cria um conteúdo mais completo, profundo e bem estruturado, capaz de guiar a pessoa do desconhecimento à ação (compra) numa única experiência.
Qual abordagem é melhor?
As duas funcionam, mas funcionam melhor quando são combinadas.
Você pode:
Criar conteúdos recorrentes para aquecer o público
E usar momentos-chave com peças mais completas e estratégicas que percorrem todo o funil, principalmente quando a estratégia principal no momento é vender.
O segredo está em saber onde o seu público está na sua jornada de compra e qual é o seu objetivo com aquele conteúdo.
Intenção + Clareza + Continuidade
Essa tríade pode guiar qualquer direção criativa com propósito:
Intenção: Por que estou criando isso?
Clareza: O que exatamente quero comunicar aqui?
Continuidade: Como isso se conecta com o todo?
O problema de muitos conteúdos não é falta de criatividade. É falta de alinhamento. Uma marca que posta um meme engraçado, depois um carrossel técnico e depois uma frase motivacional sem coerência parece perdida. E se a marca parece perdida, o público sente confusão, e não confiança.
Direção de conteúdo com propósito é quando a sua comunicação funciona e além disso, começa a fazer sentido para você e para o seu público.
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